O suspense,
que pende,
suspende a vida.
E a ansiedade,
nesta idade,
nos instiga.
Mas a expectativa,
e sua aspereza,
aumentam o prazer que cativa.
Fazem o sangue correr
na veia ativa.
A pulsação incontida,
querendo briga.
Se durasse para sempre
esse clímax
e sua beleza.
Se desse pra segurar
esse sem fôlego,
sem fim, de chama acesa.
Nunca seria o fim de tudo
o pior de toda surpresa.
A revelação, enfim,
à sua presa.
Como escreveu Mário Quintana: [...] Um poema não é para te distraíres como com essas imagens mutantes dos caleidoscópios. Um poema não é quando te deténs para apreciar um detalhe Um poema não é também quando paras no fim porque um verdadeiro poema continua sempre... Um poema que não te ajude a viver e não saiba preparar-te para a morte não tem sentido: é um pobre chocalho de palavras!
domingo, 24 de abril de 2011
Anticlímax
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Perspectiva da Rosa
A rosa emula a vida.
Um corte transversal
em tanta beleza e aroma
e encontro, por fim,
os espinhos.
Mas todo jardineiro sabe
que é preciso podá-los primeiro.
Só assim há de sobrar a rosa
em sua melhor perspectiva.
Um corte transversal
em tanta beleza e aroma
e encontro, por fim,
os espinhos.
Mas todo jardineiro sabe
que é preciso podá-los primeiro.
Só assim há de sobrar a rosa
em sua melhor perspectiva.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Sísifo redivivo
Não quero viver em agonia,
mas qual o propósito do viver?
Pagar as contas sempre em dia
esperando algo acontecer?
esperando algo acontecer?
Ao estudar conseguirei o guia
de tudo quanto possa se saber?
E que finalidade propicia
se, no fim, todos vão morrer?
se, no fim, todos vão morrer?
Quisera perder a fé na minha razão,
marionete preso pela corda,
cego na caverna de Platão.
Quisera só viver, mas apavora,
pensar que tudo é só repetição:
pagar as contas e contar as horas.
Quisera só viver, mas apavora,
pensar que tudo é só repetição:
pagar as contas e contar as horas.
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