Como escreveu Mário Quintana: [...] Um poema não é para te distraíres como com essas imagens mutantes dos caleidoscópios. Um poema não é quando te deténs para apreciar um detalhe Um poema não é também quando paras no fim porque um verdadeiro poema continua sempre... Um poema que não te ajude a viver e não saiba preparar-te para a morte não tem sentido: é um pobre chocalho de palavras!
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Consolação
Solene insone da urbana mata,
Das pedras tortas da calçada,
Deita no chão frio que abole
A moleza das carnes difamadas.
Olha o dossel das árvores gigantescas,
Móbile da coruja solidária
E pensa tu também que está
No ninho, como passarinho
Em noite enluarada.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Pastoreio
Levemente infenso ao que é normal
Vou tocando palavras do rebanho,
Achando às vezes tudo bom, tudo infernal,
No acidente eterno em que componho.
E nesse mar de algas naturais
Em que afogo mágoas sem tamanho,
Vou lançando minha rede nos corais
E tocando em águas-vivas do meu sonho.
Só me queimo quando acho tudo feio
E me fogem as reses todas que campeio
Qual vaqueiro sem gibão no espinhal.
Mas nunca penso em desistir do pastoreio
Pois circulando pelo campo sem receio
Encontro pedras preciosas no quintal.
Vou tocando palavras do rebanho,
Achando às vezes tudo bom, tudo infernal,
No acidente eterno em que componho.
E nesse mar de algas naturais
Em que afogo mágoas sem tamanho,
Vou lançando minha rede nos corais
E tocando em águas-vivas do meu sonho.
Só me queimo quando acho tudo feio
E me fogem as reses todas que campeio
Qual vaqueiro sem gibão no espinhal.
Mas nunca penso em desistir do pastoreio
Pois circulando pelo campo sem receio
Encontro pedras preciosas no quintal.
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