As vozes dissonantes no espaço,
lançadas à força do pensamento,
vagam sem destino até que o traço
as põe em mais modesto firmamento.
E o texto segue com mil vozes dentro.
Prisão e liberdade, o papel casto,
inerte sobre a mesa em um momento,
em poucas linhas faz-se o mais devasso.
O aço da palavra é sempre o mais fugaz,
em que se malha dia e noite, frio e quente,
em busca da forma que faz e se desfaz.
E finalmente quando a têmpera é atingida
lança-se a seta que cura a tua ferida
enquanto outras seguem a te tirar a paz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário