De repente, percebi que
Me espiava o mato crescendo
No canteiro da janela
Enquanto o arrancava.
De repente vi a pedra
Entre as muitas pedras
Dos lanços da escada
Ser pisada.
De repente, vi tudo
Muito lentamente
Se despejando
quando a água suja
Fora retirada.
De repente,
Vi que o tempo
Era apenas uma máquina
Que contava cada momento
Que contava.
E agora nada mais
Será como antes,
Agora que enxerguei
o que antes só olhava.
E ao mirar em mim,
não me surpreendi
ser a primeira vez
que me encontrava.
E agora nada mais
Será como antes,
Agora que enxerguei
o que antes só olhava.
E ao mirar em mim,
não me surpreendi
ser a primeira vez
que me encontrava.
Um comentário:
Sempre quando leio seus versos, lembro de um verso do Quintana.
"Não tem porque interpretar um poema. O poema já é uma interpretação."
Belíssimo!
Postar um comentário