terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Soneto da Filha Adormecida


Todas as noites vejo o rosto sereno
E a respiração calma que a veste
Olhando para tudo e percebendo
Apenas onde pousa tão celeste.

E na penumbra do quarto compreendo
Que existe algo concreto como o ar
A invadir os pulmões em sorvo ameno
Como o ato vital de respirar.

Mas para bem dizê-lo falta à pena
Apreender o mais puro sentimento
Que surge, por encanto, dessa cena.

Pois quanto mais a diviso menos tento
Entender esse amor que se contenta
Apenas com a beleza do momento.

Um comentário:

Ana Cristina Melo disse...

Márcio,
cheguei aqui pelo comentário que você deixou em meu blog. Obrigada pelas palavras lá deixadas, e por esse poema, de extrema delicadeza.
Sou mãe e esse texto me tocou de forma especial.
[]s
Ana Cristina