quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Madrugada

De madrugada, o pavor,
Pavio de vela acesa,
Medo de escuro, o calor
Pesando em minha incerteza.

E o sono que não chegou!
Olhando os ratos nas telhas,
Deito no chão que esfriou,
Sentindo olhares de esguelha.

- Não desafio ninguém nem nada!
- Vade retro satanás!
Grito o mantra protetor.

Rasga mortalha cantou,
No telheiro da igreja,
No momento em que estalou,
Lá em cima o que quer que seja.

Grito o mantra protetor:
- Deus do céu nos proteja!
A vela já se apagou,
E o sono não me chega!

Mas se eu sou um bom menino,
Que de Deus nunca duvidou,
Só o mal perde a peleja,
Que não sei quem começou.

- Viva os noivos sem pano sem linha e sem agulha!
Grito o mantra protetor.

De repente, funcionou!
Um milagre me corteja:
Foi o dia que raiou
Na manhã mais benfazeja.

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